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Educação de uma jovem: Filme Valente

  • Foto do escritor: Cibele Scarpelin
    Cibele Scarpelin
  • 18 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

Já faz um tempo que meu filho começou a assistir animações e desenhos. Quando as animações são mais longas ele reclama um pouco: "Que filme comprido mãe". Mas quando ele gosta de uma animação eu já sei o que vai acontecer, ele vai assistir umas 20 vezes. Isso aconteceu recentemente com o filme "Valente. Meu filho pediu um filme de aventura, e encontrei esse história. Foi uma surpresa muito boa.



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O filme retrata a trajetória de Merida, uma princesa ruiva com longos cabelos cacheados e muito corajosa. Seu pai a incentiva a lutar, andar a cavalo e a educa de uma forma mais livre. Sua mãe quer que ela se torne uma princesa refinada e que segue a tradição de seu reino. Além disso, a mãe de Merida lhe dá ordens, diz o que ela precisa fazer o tempo todo e sempre comenta: "Uma princesa não deve usar armas".


Além de ser uma história linda, alguns pontos da animação são muito interessantes para pensarmos questões sobre a educação dos filhos, o pedido de análise ou sobre a adolescência, por exemplo.


1) O rei e a rainha são muito diferentes, mas essa diferença é importante para a educação dos filhos. À primeira vista, Merida é extremamente parecida com o pai, é ruiva, muito ativa, gosta de lutar, usar armas. Podemos perceber que ela se identifica com o pai, mas é na diferença com a mãe que ela se depara e precisa se afirmar como mulher. É nessa diferença que se exige o crescimento de um adolescente, fazendo uma passagem para a vida adulta, passagem de responsabilidade e afirmação por aquilo que se é.


2) Quando Merida não sabe o que fazer para convencer a mãe de que não quer se casar, ela pede ajuda de uma bruxa, que bem poderia ter escrito "psicanalista" na porta. Merida chega com o pedido: "Eu quero que você mude a minha mãe". Em um pedido de análise, o paciente nunca sabe muito bem o que está pedindo e para onde aquele pedido pode chegar. No filme, a bruxa transforma a rainha em um urso, e é isso que faz Merida ir buscar a história de suas gerações passadas e a ter que se implicar e se responsabilizar por essa história.


No final do filme Merida diz: "Alguns dizem que o destino está além do nosso controle, que não escolhemos nossa sina. Mas eu sei a verdade. Nosso destino vive dentro de nós. Você só precisa ser valente o bastante para vê-lo."


O destino é algo que não podemos mudar e Merida chega à conclusão que esse destino vive dentro de nós. Não podemos mudar a nossa história passada, acontecimentos, a família que nascemos. Isso não significa que não escolhemos nada e que não temos liberdade. Significa que podemos entrar em contato com essa história e ressignificar o que ela se tornará hoje. Aqui se encaixa muito bem com uma frase do filósofo Sartre: "Não importa o que fizeram de mim. O que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim".


Além dessas reflexões, fico encantada de ver meu filho encantado com o filme. Fico olhando pra ele enquanto ele assiste Valente, e observo o medo que ele sente quando aparece o urso, como ele fica encantado com Merida cantando uma música enquanto anda a cavalo. Acho engraçado quando ele imita algumas falas dos personagens (que ele decorou) e como fica admirado quando a flecha disparada pela princesa atinge outra flecha bem no meio. E assim vou conhecendo meu filho.

 
 
 

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